Avaliação do Autismo
A avaliação do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é minunciosa, passa por etapas importantes a fim de que se verifiquem todas as questões que abrangem a vida do individuo. São avaliados os processos cognitivos, comportamentais, emocionais, físicos, sociais e todas as funções do cérebro. Também é realizada uma observação clínica apurada, conversas com os familiares para elucidar os fatores que levaram a família a buscar por ajuda profissional.
Tudo sobre o Transtorno do Espectro do Autismo
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), é uma condição complexa que afeta o desenvolvimento cerebral e está associada a padrões atípicos de comportamento, afeta várias áreas do Neurodesenvolvimento e traz prejuízos na interação social, na comunicação, na auto regulação emocional, no processamento sensorial e outros. Do ponto de vista da Neuropsicologia, o autismo é entendido como resultante de diferenças neurobiológicas e funcionais no cérebro, que impactam o processamento de informações e o funcionamento cognitivo da pessoa afetada.
A Neuropsicologia oferece uma perspectiva valiosa para entender o autismo, destacando as diferenças neurobiológicas e funcionais subjacentes aos sintomas e características observadas nessa condição. Para que houvesse uma maneira de adequar este suporte, o autismo foi classificado em níveis de suporte, sendo eles: Nível leve, onde o individuo necessita de pouca ajuda/suporte no seu dia a dia. Nível Médio, onde o individuo consegue realizar algumas tarefas e interações com independência, mas é dependente de um suporte. Nível severo/grave, onde o suporte às atividades são praticamente total. A avaliação Neuropsicológica averigua quais funções cognitivas do cérebro estão comprometidas e quais estão preservadas, e ainda, avalia a atenção, a memória, a linguagem, o humor, a percepção auditiva e visual, o nível de inteligência (QI) e o comportamento. Avalia ainda o desenvolvimento para verificar se o mesmo está dentro do esperado para aquela faixa etária.
A avaliação para detectar o autismo é de fundamental importância. Ainda não existem exames capazes de detectar esse transtorno, logo, a avaliação é realizada através de observação clínica por profissional capacitado. O neuropediatra ou o psiquiatra são os profissionais que conseguem produzir um laudo para o avaliado. Mas para avaliar quais são os deficts no desenvolvimento é necessário que o indivíduo passe por avaliação minunciosa do neurodesenvolvimento, que pode ser realizada por Psicólogo ABA, e por uma equipe multiprofissional, essa avaliação é que vai apontar quais habilidades a pessoa já adquiriu e quais ela ainda precisa desenvolver. Uma equipe multiprofissional conta com: psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicopedagogo e neuropsicólogo. Uma abordagem multidisciplinar é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de intervenção eficazes.
As intervenções realizadas devem ser adequadas às necessidades individuais de cada pessoas com autismo. A palavra “espectro”, é utilizada justamente para referenciar a variedade de sintomas que cada pessoa pode ou não apresentar. Após a avaliação, dá se inicio a criação de um plano de ensino individualizado, chamado (PEI), ele é realizado por profissionais capacitados em Análise do Comportamento, é feito a partir de estratégias de ensino e visam alcançar metas. Por esse motivo, a criança com autismo deve ser avaliada semestralmente, a fim de que se observe se está tendo ganhos com a estratégia desenvolvida ou se há necessidades de novas estratégias. Importante lembrar, que cada individuo é único e se desenvolve a partir das suas próprias capacidades. A ajuda da família e da escola neste processo também é fundamental.
Diferenças no Desenvolvimento Neural: Estudos neuropsicológicos mostraram que pessoas com autismo frequentemente apresentam diferenças no desenvolvimento neural, incluindo alterações na conectividade cerebral, volume de determinadas regiões cerebrais e funcionamento de redes neurais específicas. Essas diferenças podem afetar a forma como o cérebro processa informações sensoriais, emocionais e sociais.
Processamento Sensorial Atípico: Uma das características do autismo é a hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais, como luz, som, textura e cheiro. A neuropsicologia sugere que essas diferenças no processamento sensorial podem ser resultado de alterações na maneira como o cérebro percebe e integra informações sensoriais do ambiente.
Dificuldades na Interação Social e Comunicação: Pessoas com autismo frequentemente apresentam dificuldades na compreensão e expressão de emoções, gestos e linguagem corporal, bem como dificuldades na interpretação de pistas sociais sutis. Essas dificuldades podem ser atribuídas a diferenças no funcionamento de áreas cerebrais envolvidas no processamento social e da linguagem, como o córtex pré-frontal e o córtex temporal.
Padrões de Comportamento Repetitivos e Restritivos: Comportamentos repetitivos, estereotipados e interesses restritos são comuns em pessoas com autismo. A neuropsicologia sugere que esses padrões de comportamento podem estar relacionados a diferenças na regulação do processamento de informações no cérebro, resultando em dificuldades em adaptar o comportamento a diferentes situações e contextos. Ja foi observado que algumas crianças reproduzem certos comportamentos como forma de autoregular-se ou ainda, como forma de expressar algum desejo, entretanto, estudos mais decisivos ainda estão em andamento.
Heterogeneidade do Espectro Autista: É importante ressaltar que o autismo é um espectro, o que significa que as características e sintomas podem variar amplamente de uma pessoa para outra. Essa heterogeneidade do espectro autista também é refletida em diferenças individuais no perfil neuropsicológico, com algumas pessoas apresentando habilidades excepcionais em áreas específicas, como memória, matemática ou música, enquanto em áreas relacionadas ao convívio social, estas mesmas pessoas apresentam dificuldades imensas.