Avaliação Neuropsicológica

Etapas da Avaliação Neuropsicológica

A avaliação neuropsicológica para detectar um transtorno é um processo complexo e abrangente que envolve uma série de etapas e técnicas específicas. Abaixo, descrevo em detalhes os principais aspectos desse processo:
Entrevista Clínica: O processo geralmente começa com uma entrevista clínica detalhada com os pais ou cuidadores da criança (no caso de avaliações em crianças) ou com o próprio indivíduo (no caso de avaliações em adultos). Essa entrevista visa obter informações sobre o histórico médico, convívio familiar e comportamento da pessoa em questão. Durante a entrevista, são explorados aspectos relacionados à gravidez, parto, marcos do desenvolvimento infantil, habilidades sociais, comunicação, interesses e comportamentos repetitivos.
Observação Direta: O avaliador realiza observações diretas da pessoa em diferentes contextos, como em casa, na escola ou em ambientes clínicos. Isso permite uma avaliação do comportamento social, comunicação, interação com os outros e padrões de comportamento.
Testes Padronizados: São utilizados testes neuropsicológicos padronizados para avaliar diversas áreas cognitivas como linguagem, habilidades motoras, memória, atenção, funções executivas e processamento visuoespacial. Alguns testes específicos podem ser usados para identificar características associadas ao autismo, ao TDAH, dentre outros. São utilizados instrumentos validados com finalidades específicas.
Avaliação do Funcionamento Cognitivo:: São avaliadas habilidades cognitivas específicas, como linguagem receptiva e expressiva, compreensão social, capacidade de raciocínio abstrato, flexibilidade cognitiva e resolução de problemas. Testes de QI (Quociente de Inteligência) também podem ser administrados para avaliar o funcionamento intelectual geral da pessoa.
Avaliação das Habilidades Sociais e de Comunicação: São investigadas as habilidades sociais, como contato visual, reciprocidade social, empatia e compreensão de emoções. A comunicação é avaliada em termos de linguagem expressiva e receptiva, uso de linguagem corporal, compreensão de linguagem não verbal e capacidade de iniciar e manter conversas.
Avaliação do Comportamento Repetitivo e Restritivo:
São observados e avaliados padrões de comportamento repetitivo e restritivo, como movimentos estereotipados, fixação em interesses específicos e resistência à mudança.
Avaliação das Funções Executivas:
São avaliadas funções executivas, como planejamento, organização, flexibilidade cognitiva, tomada de decisão e controle inibitório.
Avaliação do Processamento Sensorial: Em algumas avaliações neuropsicológicas, são exploradas sensibilidades sensoriais atípicas, como hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais, como luz, som, textura e cheiro.
Integração e Análise de Dados: Após a coleta de dados por meio das entrevistas, observações e testes, o avaliador integra todas as informações para chegar a uma conclusão diagnóstica. O diagnóstico de autismo é feito com base em critérios específicos do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição) ou de outras classificações diagnósticas reconhecidas.
Por fim, é importante ressaltar que a avaliação neuropsicológica só pode ser realizada por profissionais especializados e experientes, como neuropsicólogos, com conhecimento específico sobre transtornos e sobre as técnicas de avaliação adequadas, segundo as premissas do CR. Além disso, o processo de avaliação deve ser personalizado e adaptado às necessidades individuais da pessoa avaliada, levando em conta fatores como idade, nível de desenvolvimento e características clínicas específicas.

Saiba mais sobre avaliações...

A avaliação clínica consiste em uma observação detalhada,  que deve ser realizada por profissional capacitado.  Esse profissional deve avaliar as características indicadas pelos familiares a fim de constatar clinicamente se existe uma hipótese diagnóstica do transtorno.

A Avaliação Neuropsicológica para detectar o autismo é um processo complexo e abrangente que envolve uma série de etapas e técnicas específicas. É realizada com muitas sessões de atendimento, onde serão aplicados protocolos específicos e testes padronizados, além de entrevistas com familiares, professores e cuidadores. 

A avaliação do neurodesenvolvimento é um processo multidisciplinar que visa avaliar o desenvolvimento neurológico, cognitivo, emocional e comportamental de crianças e adolescentes. Essa avaliação é realizada por uma equipe de profissionais de saúde especializados, como neurologistas, pediatras, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros, e pode ser solicitada quando há preocupações com o desenvolvimento típico da criança, como atrasos no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem, problemas comportamentais ou suspeitas de transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo.

Após a avaliação do autismo, geralmente são realizadas várias etapas adicionais, dependendo dos resultados obtidos e das necessidades da pessoa avaliada. Aqui estão algumas dessas etapas:

  1. Feedback e Discussão dos Resultados:

    • Os profissionais responsáveis pela avaliação fornecem feedback detalhado aos pais ou cuidadores sobre os resultados da avaliação. Isso pode incluir informações sobre o diagnóstico, áreas de preocupação identificadas, pontos fortes da criança e recomendações para intervenções ou tratamentos.
  2. Desenvolvimento de um Plano de Intervenção ou Tratamento:

    • Com base nos resultados da avaliação, é desenvolvido um plano de intervenção ou tratamento individualizado para atender às necessidades específicas da pessoa avaliada.
    • O plano pode incluir uma variedade de intervenções, como terapia comportamental, terapia ocupacional, terapia da fala, intervenções educacionais especializadas, treinamento de habilidades sociais, apoio familiar e medicamentos (se necessário).
  3. Encaminhamento a Profissionais Especializados:

    • Dependendo das áreas de preocupação identificadas durante a avaliação, a pessoa pode ser encaminhada a profissionais especializados em áreas específicas, como psicólogos clínicos, terapeutas comportamentais, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais ou psiquiatras.
  4. Educação e Orientação para os Pais ou Cuidadores:

    • Os pais ou cuidadores recebem educação e orientação sobre o autismo, suas características, estratégias de manejo comportamental, técnicas de comunicação eficazes e recursos disponíveis na comunidade.
    • Eles também podem receber apoio emocional e orientação sobre como lidar com os desafios associados ao autismo.
  5. Monitoramento e Acompanhamento Contínuos:

    • A pessoa é frequentemente acompanhada de perto por uma equipe multidisciplinar ao longo do tempo para monitorar seu progresso, ajustar o plano de intervenção conforme necessário e fornecer suporte contínuo.
    • A avaliação regular do desenvolvimento e do funcionamento da pessoa é fundamental para garantir que suas necessidades sejam atendidas e que ela receba o suporte necessário ao longo do tempo.
    • A equipe precisa manter contato com os familiares durante todo o periodo da intervenção, pois a sua participação é fundamental para que a criança possa receber os estímulos de forma frequente.

Ao observar sinais em sua criança, busque ajuda profissional. Um neuropediatra capacitado pode fazer o diagnóstico. Se desejar apenas fazer avaliação do neurodesenvolvimento para sanar dúvidas sobre atrasos dos marcos do desenvolvimento, ou mesmo, para compreender se existem sinais do transtorno, um  Psicólogo especializado em atendimento infantil ou mesmo capacitado em ABA pode realizar essa avaliação, e com base nos resultados fazer o encaminhamento para o neuropediatra. 

Confira a matéria de Mayara: Meu filho é autista. Por onde começar?
https://institutosingular.org/blog/meu-filho-e-autista/
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